As metrópoles concentram hoje os efeitos mais dramáticos da crise social brasileira, cujo aspecto mais evidente é a exacerbação da violência. Apesar desses sinais de crise, o nosso desenvolvimento continua se concentrando nas metrópoles brasileiras, levando à existência de um paradoxo da sociedade brasileira: os problemas acumulados nas metrópoles ganham crescente relevância social e econômica, mas elas permanecem órfãs de interesse político. Com efeito, observamos a inexistência de efetivas políticas públicas voltadas especificamente ao desenvolvimento dessas áreas. Os desafios que enfrentamos atualmente para tornar governáveis as nossas metrópoles resultam diretamente das dificuldades de conceber um projeto de desenvolvimento apto a responder aos simultâneos imperativos da competitividade e da coesão nacional. As nossas metrópoles, seu tamanho, suas desigualdades, suas favelas e periferias, sua violência são conseqüências necessárias da histórica disjunção entre economia, sociedade e território, que caracteriza a nossa expansão periférica na economia-mundo capitalista. Exatamente por esse motivo é que o enfrentamento do desafio metropolitano implica a adoção de uma estratégia de desenvolvimento capaz de juntar a nação e a economia.
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